Purgatório: Uma Comédia Divina (1984)

Prata partiu da Divina Comédia, de Dante Alighieri, para narrar a história de um bancário chamado Dante, casado com Gemma, amigo de um poeta chamado Virgílio, que recebe uma mensagem de Paris, onde sua ex-amada Beatriz confessa que está retornando ao Brasil. O retorno é frustrado por um acidente e logo depois Dante recebe outra mensagem da moça, onde informa que o purgatório é seu novo endereço.

“Nessa peça eu quero falar do pecado, do prazer, da culpa. Coloquei no purgatório todos os personagens interessantes e apaixonantes, de Marilyn Monroe a Teotônio Vilela, de James Dean a Flávio Márcio e até a orquestra inteira de Glenn Miller. Para lá vão todos os que viveram com prazer na Terra. O Inferno é mais ou menos igual, só que no dia seguinte, após cada noite de festa, as pessoas têm de acordar cedo, tomar engov e vestir ternos cinzentos pra trabalhar. E o Céu também é muito chato: lá só tem japoneses, aquela freirinha que cantava Dominique, o Pequeno Príncipe, o castíssimo São José: Até Jesus Cristo prefere ficar no Purgatório, por causa das companhias agradáveis.”

Edmar Pereira
Jornal da Tarde, 13/01/84

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