Crônica

Segismundo Mendes, 41

Não me pergunte quem foi Segismundo Mendes, pois não tenho a menor ideia. E, lendo o título da crônica, parece que o 41 é a idade dele. Não. Segismundo Mendes, 41 é um endereço em Uberaba, Minas. Da casa que eu nasci. A casa era dos meus bisavós, o Pai Tonico e a Mãe Cota, […]

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Vamos ver o comércio, nêga?

Outro dia convidei uma moça (nem tão moça assim) para sair e ela perguntou: para ir aonde? E eu respondi: vamos ver o comércio. E ela, para minha alegria, topou. Data vênia e horário marcado, pego a moça e pergunto: O que você quer fazer? Um cinema, jantar? E ela respondeu: quero ver o comércio,

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Sacanagem com Plutão

Plutão, por ser o caçula dos nossos planetas (foi descoberto em 1930), era o meu preferido. Talvez por ser o mais jovem, o menor, o mais diante. Desde criança eu gostava dele. E não só eu. O lúdico Walt Disney colocou o nome de Pluto naquele personagem lunático mais do que simpático. Sim, Plutão em

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A borracharia

Tudo evolui no Brasil. Menos a borracharia. Já notou? São exatamente iguais as borracharias da nossa infância, quando íamos lá com nossos pais. Inclusive os borracheiros parecem ser os mesmos. Parecem feitos de borracha, não envelhecem. Há algumas décadas não devem mais nascer garotos que dizem: vou ser borracheiro quando crescer. Para cada borracharia existem

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“Naquela mesa tá faltando um”

Estava ontem sozinho jantando num restaurante. Cinco mesas ocupadas, incluindo a minha. Quatro casais e eu, sozinho. Mesa um: estava claro que era o primeiro encontro entre os dois. Dava para perceber que um fazia muita pergunta para o outro. E riam muito, os dois. Percebia-se que ali estava acontecendo uma conquista de ambos os

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O lugar

Todos nós temos o nosso lugar e sabemos onde ele fica. Sempre, desde que nascemos. Quantas vezes já não te perguntaram: de onde você é? Você já sabe, é o lugar onde você nasceu. Foi (e será para sempre) o seu primeiro lugar. Você pode hoje estar morando a centenas de quilômetros daquele lugar. Mas

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Na estrada com Danuza

Califórnia – Copa de 94. Toca o telefone no quarto do hotel: – Mario? É a Danuza. Leão. Queria saber se eu ia na festa da Brahma lá em Los Gatos. Eu não ia, devo confessar. Meu estômago e meu intestino não estavam mais conversando um com o outro. Tinha tomado um remédio. Mas a

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Godard e o pôr-do-sol

Naquele tempo em que a gente assistia aos filmes do Godard e saía com a sisuda e juvenil cara de quem tinha entendido absolutamente toda a nouvelle vague, foi que eu vi a cena num filme do supracitado. Um quiosque em Paris, numa esquina, todo de vidro. Lá fora se via os parisienses passando. Como

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