Os anos dourados de Estúpido Cupido se passam no início da década de 60 em Albuquerque, uma cidade fictícia no interior de São Paulo. A saudosa época está ligada a lembranças como os bailinhos de formatura, os óculos-gatinho das meninas, a popularidade dos concursos de Miss e as primeiras investidas da bossa nova. A juventude rebelde aprende a conhecer o mundo do seu jeito, de qualquer jeito, do jeito que achar melhor. Muitos não resistem ao barulhento ritmo do rock n’roll, mascando chicletes em suas lambretas turbinadas e usando calças jeans ou blusões de couro imponentes.
Sobre a novela, Mario Prata explica: “Essa novela partiu de uma frase de Tólstoi – pinte a sua aldeia e serás universal – e é uma verdade. No começo, mostrei à minha irmã e ela achou que estava muito Lins, uma coisa que só interessaria a quem viveu aquilo, mais ninguém. Aí, eu passei a mostrar pra outras pessoas que nunca souberam de Lins e elas achavam que era igualzinho à cidade delas. Então, é realmente uma coisa universal, embora tenha muito de Lins. Eu só posso falar que vi, aprendi, vivi, mas isso interessa na medida em que tenha significado amplo. Inclusive, a novela tem um aspecto assim… terapêutico. A minha geração sonhava muito, eu já disse, e hoje está no sofá do analista. Mas, entre fazer análise e escrever uma novela, eu acho mais gratificante escrever uma novela, porque são 30 personagens e cada um é um pedacinho da minha cabeça. Você começa a trabalhar com esse material e começa a se estudar. Embora não tenha, na novela, nenhum personagem que tenha sido especificamente eu. Como não tem nenhuma família que tenha sido a minha, ou uma cidade que tenha sido Lins. É uma época.”
Estúpido Cupido teve 160 capítulos, e foi a última novela da Rede Globo a ser exibida em preto e branco. A música de abertura foi interpretada por Celly Campello.
- Ano e canal de exibição: 1976/1977, Rede Globo
- Horário: 19h
- Autoria: Mario Prata
- Direção: Régis Cardoso
Imprensa
- Saudades de 61 (Veja, 01/09/1976)
- Devagar (Veja, 27/10/1976)
- Nota de censura (Veja, 09/02/1977)
- “Estúpido Cupido”, o ingênuo e o fútil (Estadão, 16/02/1977)
- Tolerante cupido (Jornal da Cidade de Bauru, 24/04/2013)